Vinha toda crua, toda nua para o meu suor.
Se fazia toda deitada, toda, toda rodada e de barca marcada para despedir-se só.
Levava na mala: a cama, a arara, as roupas a farsa, a taça beijada e todas as lágrimas, que dó...
Mas não se arrependia da tela vazia, o quadro que na sala da minha casa, deixas-te o pó.
Por último dei-lhe o beijo que certamente era seu desejo.
Tirei-lhe as mãos da nuca suada como se pudesse prever todo o desespero.
Mas sem lamentos vai ela levar todo medo consigo em segredo.
Não contará mais nada depois da barca entrar, e de mim, na mala, só levará o beijo.
Saí dali sem rumo, sentei no bar e whisky pedi.
Dona Serra perguntou-me "- O que é que ouve?" e então sorri.
Senti um arrepio sombrio que me fez deixar água cair.
Então eu respondi, "- Querida Dona Serra, não queria chorar, sei que homem sou, mas toda minha alegria e minha simpatia foi minha amada que eu vi partir."
Vitória Santos
O poema é um gênero textual com característica predominantemente narrativa. Texto produzido nas aulas de Técnica de Redação sob a orientação do Prof. Esp. Flavio dos Santos. De acordo com o dicionário Soares Amora, o poema significa obra em verso. Composição política de curta extensão, em geral com enredo (2009, p.231). Fonte: Amora Antonio Soares. "
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